O uso dos peelings químicos para o tratamento da face envelhecida está bem estabelecido. Além de melhorar a textura da pele e reduzir a hiperpigmentação e as rugas leves, os peelings também são úteis no tratamento da acne, da rosácea e do melasma.
Os peelings são categorizados com base na profundidade do procedimento e divididos em: Muito Superficiais (esfoliação), Superficiais (epidermal), Médios (derme papilar) e Profundos (derme reticular).
- Peelings Muito Superficiais: Causam a esfoliação do estrato córneo.
- Peelings Superficiais: Induzem a necrose de toda a epiderme ou de parte dela, do estrato granuloso até a camada de células basais.
- Peelings Médios: Induzem a necrose da epiderme até a derme papilar.
- Peelings Profundos: A necrose é induzida até a derme reticular.
Os peelings de profundidade superficial e média não melhoram significativamente as rugas profundas ou a pele flácida, mas podem melhorar a cor e a textura da pele, promovendo uma aparência mais jovem.
Atualmente, os procedimentos superficiais e médios são os mais freqüentemente realizados, já que o Laser e Dermoabrasão substituíram os peelings profundos.
O que ocorre com a pele durante um peeling químico?
Destruição do estrato córneo
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Destruição da epiderme
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Destruição da derme
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Inflamação
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Estímulo do processo de cura
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- Aumento das glicosaminoglicanos
- Aumento da síntese de colágeno
- Reorganização do colágeno e de outras estruturas na derme
- Repitelização
- Correção do fotodano
- Distribuição da melanina, com melhora da hiperpigmentação irregular
- Suavização ou desaparecimento de cicatrizes e rugas
Agentes Indutores de Peelings
Ácido Salicílico
- Um beta-hidroxiácido com alta penetração no meio lipofílico, sendo muito eficaz no tratamento da acne;
- Ácido Salicílico esfolia também o interior do óstio do folículo pilossebáceo.
Peeling de Ácido salicílico:
- Indicado no tratamento da pele fotoenvelhecida, hiperpigmentação pós-inflamatória, melasma, ceratoses actínicas, peles oleosas e acnéicas, rugas profundas e perda de elasticidade;
- Indicado também em peelings não faciais, nos braços e nas mãos.
Vantagens | Desvantagens |
Dificuldade de penetração muito profunda. | Tratamento doloroso. O paciente geralmente necessita aguardar cerca de 3 a 5 minutos antes da neutralização. |
Tecnicamente fácil de executar. | Pode ocorrer salicismo. |
Ácido Mandélico
Peeling de Ácido Mandélico:
- Utilizado no tratamento do fotoenvelhecimento, da pigmentação irregular e da acne;
- Altamente indicado no tratamento da acne;
- Apresenta molécula maior que a do ácido glicólico, penetrando lentamente na pele;
- É um ativo seguro para ser aplicado em peles étnicas.
Vantagens | Desvantagens |
Apresenta ação anti-séptica. | Não causa descamação excessiva, o que pode não agradar alguns pacientes. |
Bem tolerado. | |
Causa menos eritema e outros efeitos adversos na epiderme, quando comparado ao ácido glicólico. | Não é indicado para rugas profundas. |
Promove esfoliação superficial homogênea. |
Preparo e cuidados da pele antes e depois do peeling
- O preparo da pele antes do peeling (pré-peeling) deve ser realizado pelo menos 10 a 15 dias antes do primeiro peeling.
Objetivo do Pré-Peeling:
- Permitir a penetração mais uniforme do agente esfoliante;
- Reduzir o tempo de cicatrização da lesão;
- Diminuir o risco de complicações, como a hiperpigmentação pós-inflamatória;
- Enfatizar o conceito de um esquema de manutenção e determinar qual tipo de produto a pele do paciente tolera.
O que influencia o procedimento de um peeling químico, a sua eficácia e a recuperação da pele?
- Tipo de pele e fototipo;
- Região anatômica a ser tratada;
- Preparação da pele antes do procedimento;
- Tipo de peeling;
- Agente químico utilizado;
- Concentração do agente químico;
- Método e duração da aplicação do peeling.
Possíveis complicações que podem ocorrer após o peeling, devido às falhas no seu processo ou em sua recuperação
- Erupção acneiforme;
- Hiperpigmentação pós-inflamatória;
- Hipocromia;
- Eritema persistente;
- Infecção (bacteriana, fúngica e viral);
- Escoriações;
- Descamação prematura.
Medidas que devem ser tomadas para se evitar complicações no processo de recuperação, bem como para acelerá-lo
- Neutralização adequada.
- Aplicação de creme com Corticóide.
- Uso de outros agentes antiinflamatórios – Maior ação na tentativa de se evitar complicações pós-inflamatórias.
- Uso de agentes oclusivos – Evita-se a perda transepidermal de água, pois a pele encontra-se extremamente sensibilizada ou sem nenhuma proteção.
- Uso de repositores hídricos – A hidratação é de extrema importância, devido à perda transepidermal de água.
- Uso de repositores lipídicos – A reposição lipídica é fundamental, devido à destruição da barreira cutânea.
- Uso de agentes cicatrizantes – Utilizados na tentativa de acelerar o processo de cicatrização.
- Uso de Fotoprotetores – A fotoproteção é essencial para se evitar os danos da radiação UV. É preferível Fotoprotetores Físicos, pois não penetram na pele e são hipoalergênicos.
O sucesso desses agentes depende da escolha de bases adequadas que atuem em sinergismo ou que ao menos não dificultem o processo de recuperação.
Bases hipoalergênicas e com toque delicado são as ideais. Deve-se evitar bases compostas por tensoativos tradicionais, propilenoglicol e conservantes com potencial alergênico e estrogênico, como os parabenos.
O paciente deve ser orientado para a correta utilização do esquema de limpeza, tratamento e fotoproteção. O retorno periódico ao médico é fundamental.